Enaex inclui para avaliação ambiental o projeto de construção da fábrica de amônia verde.
A Enaex incluiu ontem (18) no Sistema de Avaliação de Impacto Ambiental do Chile (SEIA, a sigla em espanhol) a declaração de impacto ambiental do projeto “HyEx – Síntesis de Amoniaco”, que corresponde à primeira fábrica de amônia verde do Chile, com uma produção anual de 18 mil toneladas por ano a partir de hidrogênio verde e energia renovável. Com isso, a empresa passa a ser pioneira na implantação e estudo de novas tecnologias e eficiências na produção de amônia no Chile. A amônia será fornecida exclusivamente para a fábrica da Enaex em Mejillones para a produção de nitrato de amônio, produto essencial para os processos de desmonte da indústria de mineração.
O projeto HyEx, desenvolvido em conjunto com a Engie, tem como objetivo aproveitar o alto potencial de energia renovável da região da fábrica para produzir um combustível neutro em carbono, que futuramente possibilitará a substituição dos combustíveis fósseis a um custo competitivo, contribuindo para a descarbonização da atmosfera.
“O valor prioritário da nossa empresa é a vida e, como parte desse compromisso, temos como foco mitigar nossos impactos nas mudanças climáticas. Por essa razão, trabalhamos constantemente para reduzir as emissões de CO2 e, até o momento, já reduzimos em mais de 90% as emissões do nosso processo produtivo. Aprofundando-nos nesse caminho, estamos focando na redução das emissões indiretas de nossa principal matéria-prima, a amônia. Atualmente, importamos o insumo para a produção de nitrato de amônio na planta Prillex (350 ktpa), em Mejillones. Para o futuro, nossa meta é poder substituir totalmente essa produção por uma amônia obtida a partir de um processo inovador, local e verde”, explica Juan Andrés Errázuriz, CEO da Enaex.
Entre os principais benefícios do projeto estão o desenvolvimento significativo que uma indústria emergente e inovadora pode trazer para o país; o desenvolvimento de capital humano avançado e a geração de empregos, além do fim da produção de amônia a partir de combustíveis fósseis.
A fábrica ficará localizada na área em que fica a central Tamaya, a cerca de 24 quilômetros da cidade de Tocopilla, na região de Antofagasta. As instalações projetadas incluem a construção de uma planta de separação de ar e uma planta de fabricação de amônia. O hidrogênio necessário para a produção de amônia verde será fornecido por uma futura usina de hidrogênio verde contígua, de propriedade da Engie, cujo projeto, que inclui 26 MW de eletrolisadores, também foi inscrito para avaliação ambiental.
“O mais importante para nós é poder contribuir com o desenvolvimento de uma mineração verde e neutra em carbono, além de reduzir as emissões a nível global”.
“Com apenas esse projeto, teremos uma redução de 30 mil toneladas de CO2 equivalente por ano. O setor de mineração, nacional e internacional, enfrenta desafios muito importantes com relação ao meio ambiente. E nós, como fornecedores, devemos enfrentá-los também. Esses esforços são fundamentais para a sustentabilidade do setor”, enfatiza Errázuriz.
É importante destacar que o Chile é um país com alto potencial para a produção de amônia verde por ter acesso aos melhores recursos solares do mundo, uma alta demanda potencial, infraestruturas consolidadas, como rede elétrica interligada e gasodutos, além do apoio estatal que promove a descarbonização da matriz elétrica até 2050.
“A amônia é um dos derivados mais importantes do hidrogênio”, destaca o CEO da Enaex, que tem perspectivas favoráveis para o desenvolvimento do insumo no Chile. “Esperamos que nos primeiros anos da indústria do hidrogênio verde a amônia seja um fator bastante significativo pela facilidade e baixo custo para o transporte e armazenamento, além de contar com uma regularização local e uma rede logística global”, finaliza Errázuriz.